terça-feira, 31 de outubro de 2023

Disciplina de Geografia - Tocantinópolis e seus Problemas Ambientais

    Hoje vamos falar sobre uma questão muito importante que afeta a nossa cidade de Tocantinópolis, no coração do Tocantins. Nossa cidade é um lugar lindo, cheio de natureza e belezas naturais, mas também enfrenta alguns problemas ambientais que precisamos entender e ajudar a resolver.

Queimadas nas regiões circunvizinhas

    Um dos principais problemas que enfrentamos é o das queimadas que ocorrem nas áreas próximas à nossa cidade. As queimadas destroem a vegetação e prejudicam a qualidade do ar que respiramos. Além disso, colocam em risco os animais que vivem nessas áreas. Precisamos tomar consciência dos perigos das queimadas e ajudar a prevenir incêndios florestais.

Excesso de entulho na frente das residências

    Outro problema comum em nossa cidade é o excesso de entulho, como móveis velhos e lixo, deixado na frente das casas. Isso não apenas deixa nossas ruas sujas e desorganizadas, mas também pode prejudicar o meio ambiente. É importante descartar o lixo corretamente, usando os serviços de coleta de resíduos da cidade.

Desmatamento nas zonas rurais e urbanas

    O desmatamento é um grande problema em Tocantinópolis. Tanto nas áreas rurais quanto nas urbanas, muitas árvores estão sendo cortadas sem pensar nas consequências. O desmatamento afeta o equilíbrio da natureza, causa erosão do solo e contribui para as mudanças climáticas. Devemos lutar para proteger nossas florestas e promover o reflorestamento sempre que possível.

Despejo de lixo no Lixão a Céu Aberto

    Um dos problemas mais sérios é o despejo de lixo em um local chamado de "Lixão a Céu Aberto". A prefeitura recebe dinheiro por meio do ICMS ecológico para cuidar do meio ambiente, mas esse lixão está longe de ser uma solução sustentável. Isso polui o solo, a água e o ar, afetando a saúde de todos nós. Devemos cobrar da prefeitura ações efetivas para resolver esse problema.

Desenvolvimento Sustentável

    Precisamos incentivar a prefeitura e nossos líderes a promover um desenvolvimento sustentável para Tocantinópolis. Isso significa encontrar maneiras de crescer economicamente sem prejudicar o meio ambiente. Podemos investir em energias limpas, preservar nossas áreas verdes e promover a reciclagem, entre outras ações.

    Lembre-se de que todos nós temos um papel importante na proteção do meio ambiente. Pequenas ações, como não jogar lixo no chão, economizar água e plantar árvores, fazem uma grande diferença. Vamos trabalhar juntos para tornar nossa cidade de Tocantinópolis um lugar mais saudável e sustentável para todos. O futuro depende de nós!

Foto do Lixão em Tocantinópolis

Foto do Lixão em Tocantinópolis 1


Foto do Lixão em Tocantinópolis 2

Foto do Lixão em Tocantinópolis 3

Lixo despejado por moradores no entorno da
Escola Municipal Professor Antonio Farias
Data da foto: 31/10/2023




segunda-feira, 30 de outubro de 2023

O Meu Cajueiro - Humberto de Campos

 

O meu Cajueiro

Aos treze anos de minha idade e três da sua, separamo-nos, o meu cajueiro e eu. Embarco para o Maranhão, e ele fica.

Na hora, porém, de deixar a casa, vou levar-lhe o meu adeus. Abraçando-me ao seu tronco, aperto-o de encontro ao meu peito. A resina transparente e cheirosa corre-lhe do caule ferido. Na ponta dos ramos mais altos abotoam os primeiros cachos de flores miúdas e arroxeadas como pequeninas unhas de crianças com frio.

- Adeus, meu cajueiro! Até à volta!

Ele não diz nada, e eu me vou embora.

Da esquina da rua, olho ainda, por cima da cerca, a sua folha mais alta, pequenino lenço verde agitado em despedida.

Estou em São Luís, homem-menino, lutando pela vida, enrijando o corpo no trabalho bruto e fortalecendo a alma no sofrimento, quando recebo uma comprida lata de folha acompanhando uma carta de minha mãe:

"Receberás com esta uma pequena lata de doce de caju, em calda. São os primeiros cajus do teu cajueiro. São deliciosos, e ele te manda lembranças."

Recebendo a carta de minha mãe, choro sozinho. Choro pela delicadeza da sua ideia. E choro, sobretudo, com inveja do meu cajueiro. Por que não tivera eu, também, raízes como ele, para me não afastar nunca, jamais, do quintal em que havíamos crescido juntos, da terra em que eu, ignorando que o era, havia sido feliz?

Humberto de Campos


quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Harry Potter e a Pedra Filosofal


Harry Potter (Daniel Radcliffe) é um garoto órfão de 10 anos que vive infeliz com seus tios, os Dursley. Até que, repentinamente, ele recebe uma carta contendo um convite para ingressar em Hogwarts, uma famosa escola especializada em formar jovens bruxos. Inicialmente Harry é impedido de ler a carta por seu tio Válter (Richard Griffiths), mas logo ele recebe a visita de Hagrid (Robbie Coltrane), o guarda-caça de Hogwarts, que chega em sua casa para levá-lo até a escola. A partir de então Harry passa a conhecer um mundo mágico que jamais imaginara, vivendo as mais diversas aventuras com seus mais novos amigos, Rony Weasley (Rupert Grint) e Hermione Granger (Emma Watson).

A mágica da divisão por 5

terça-feira, 24 de outubro de 2023

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Josimo – O Padre negro de sandálias surradas (Documentário Completo)

    Padre Josimo Morais Tavares, defensor dos lavradores, foi assassinado em Imperatriz. 
    Em um artigo antológico do jornalista Oswaldo.
    “Tenho que assumir. Estou empenhado na luta pela causa dos lavradores indefesos, povo oprimido nas garras do latifúndio.
Se eu me calar, quem os defenderá? Quem lutará em seu favor?
Eu, pelo menos, nada tenho a perder. Não tenho mulher, filhos, riqueza… Só tenho pena de uma coisa: de minha mãe, que só tem a mim e ninguém mais por ela. Pobre. Viúva. Mas vocês ficam aí e cuidam dela.
    Nem o medo me detém. É hora de assumir. Morro por uma causa justa. Agora, quero que vocês entendam o seguinte: tudo isso que está acontecendo é uma consequência lógica do meu trabalho na luta e defesa dos pobres, em prol do Evangelho, que me levou a assumir essa luta até as últimas consequências.
    A minha vida nada vale em vista da morte de tantos lavradores assassinados, violentados, despejados de suas terras, deixando mulheres e filhos abandonados, sem carinho, sem pão e sem lar”.
    (Testamento escrito pelo padre Josimo Morais Tavares, em Tocantinópolis, poucos dias antes de ser assassinado)
    Passavam alguns minutos do meio dia de um sábado de 10 maio de 1986, quando o padre Josimo Morais Tavares, de 33 anos, começou a subir a escada do edifício de número 396, na avenida Dorgival Pinheiro de Sousa, quase na esquina da Godofredo Viana, a poucos metros da Igreja Nossa Senhora de Fátima (centro de Imperatriz).
    No prédio, funcionava a Comissão Pastoral da Terra (CPT) do Araguaia-Tocantins – conhecida com “CPT do Bico” –, na qual Josimo Tavares atuava como coordenador.
    Costumeiramente, antes de se dirigir ao escritório da CPT, Josimo deixava sua Toyota azul a poucos metros dali, na garagem da residência de dom Alcimar Caldas Magalhães, bispo de Imperatriz à época.
    O próprio padre Josimo sofrera, no dia 15 de abril, um atentado a bala, na estrada entre Augustinópolis e Axixá, quando se dirigia para Imperatriz. O pistoleiro acertara somente a porta da caminhonete Toyota.
    Naquele sábado de maio, porém, o pistoleiro – Geraldo Rodrigues da Costa, o mesmo que atentara contra a vida do padre semanas antes – o aguardou na calçada do prédio onde ficava a CPT.
    Josimo já havia subido o primeiro lance da escadaria quando Geraldo, a 5 metros do padre, chamou por seu nome, já apontando para as costas do padre seu Taurus calibre 7.65. Josimo se voltou e recebeu dois tiros. A primeira bala raspou em seu ombro direito e foi alojar-se na parede. A segunda perfurou o rim e o pulmão e saiu pelo peito.
    A professora Maria Perpétuo Socorro Oliveira Marinho e uma amiga sua, Maria do Amparo Gomes Cardoso, foram as pessoas que primeiro prestaram socorro ao padre baleado.
    Perpétua e Maria do Amparo ouviram os disparos e saíram para ver o que estava acontecendo. Encontraram o padre Josimo, ainda em pé, ensangüentado e pedindo que elas o ajudassem. Perpétua orientou a Amparo que levasse o padre, de táxi, ao hospital São Marcos, enquanto ela avisava o bispo, dom Alcimar, sobre o ocorrido.
    Mais tarde, no hospital, Perpétua ainda conversou com o padre Josimo. “Perguntei-lhe como estava. Ele conseguiu gesticular, com a mão e a cabeça, dizendo que estava bem, mas já havia perdido muito sangue”.
    Duas horas depois de ter sido baleado, Josimo Morais Tavares, o “padre negro de sandálias surradas”, como os lavradores o identificavam, morreria, se transformando num dos maiores mártires da luta pela terra no Brasil.
    A morte do padre Josimo teve grande repercussão dentro e fora do país. No Vaticano, a rádio da Santa Sé, num extenso editorial, elogiou o trabalho do padre. No Brasil, o então presidente da República, José Sarney, determinou que o diretor da Polícia Federal da época, Romeu Tuma, acompanhasse pessoalmente as investigações sobre o caso. Dias depois do crime, Tuma desembarcou em Imperatriz. Ao enterro de Josimo, em Tocantinópolis, além de uma multidão de gente humilde, compareceram dez bispos e o então ministro da Reforma Agrária, Nelson Ribeiro.
    Matador e mandantes condenados – O crime de pistolagem que vitimou o padre Josimo é um caso raro no Brasil em que mandantes e executor foram presos e julgados, mesmo que alguns tardiamente. Os envolvidos, em sua maioria, foram condenados.
    O pistoleiro Geraldo Rodrigues da Costa foi preso em Goiânia (GO), cerca de um mês depois de executar o padre Josimo. Ele apontou os irmãos Teodoro da Silva como os principais mandantes do assassinato. Em 1988, Geraldo foi condenado a 18 anos e seis meses de prisão. Fugiu três vezes da cadeia, e num desses momentos de liberdade tentou assaltar um banco e foi morto pela polícia.
    Quatro mandantes também foram condenados. Osmar Teodoro da Silva, o “Neném”, principal arquiteto do assassinato do padre, pegou 19 anos, em setembro de 2003; Geraldo Paulo Vieira (que morreu na CCPJ, em Imperatriz, em 1997) e seu filho Adaílson Gomes Vieira foram condenados a 18 anos; Guiomar Teodoro da Silva e Vilson Nunes Cardoso (que deu fuga ao matador, num Corcel 2 amarelo) pegaram 14 anos cada um; João Teodoro da Silva, igualmente envolvido no crime, morreu antes de ser julgado.
    Dois dos acusados de também serem mandantes do assassinato – Nazaré Teodoro da Silva, o “Deca”, e Osvaldino Teodoro da Silva – foram absolvidos. O Tribunal de Justiça do Maranhão, no entanto, anulou o júri e os réus recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF).
 
Fonte: http://martiresal.blogspot.com/p/novo.html

Poema “A Morte Anunciada de Josimo Tavares”, de Pedro Tierra

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 Há um dizer antigo
entre os homens da raça dos rios:
a morte quando se anuncia,
devora a sombra do corpo
e inventa a luz da solidão.
Você se afastou sob o sol.
Era 14 de abril.
Busquei-lhe a sombra
sobre o chão da rua
e não havia sombra.
Ainda busquei tocá-lo.
Falamos da vida
e da morte
(a arma que me matará
já está na oficina …)
E você sorria manso
desde a defendida
solidão dos místicos.
Falamos da luta
e da necessidade de prosseguir
(os tecelões da morte
forçam os teares,
arrematam os fios
do tecido que te cobrirá …)
Incendiaram nossas casas.
Destruíram plantações.
Saquearam celeiros.
Derrubaram cocais.
Envenenaram as águas.
Invadiram povoados.
Torturaram nossos pais.
Arrancaram as orelhas dos mortos.
Atiraram nos rios corpos mutilados
Derrubaram a cruz que erguemos,
sinal aceso de nossa memória.
Cortaram a língua dos nossos irmãos.
Violaram nossas filhas.
Assassinaram inválidos.
Queimaram a sangue e fogo
a terra que trabalhamos.
Quem emprestará a voz
ao idioma do perdão
e protegerá com súplicas
o riso dos assassinos?!
Aniquilaram a raiz da esperança.
Esgotou-se o tempo de tolerar
e desatou-se a hora da vingança:
o primitivo nome da justiça.
Todos sabiam dessa morte.
A cerca do latifúndio sabia.
Os pistoleiros, os assalariados da morte,
a polícia fardada e paisana, o GETAT,
os garimpeiros, os bêbados, as prostitutas,
as professorinhas, as beatas,
as crianças brincando no areal da rua
sabiam
Os homens da terra, os posseiros, os saqueados,
as mulheres alfabetizadas pela dor
e pela espera
sabiam.
O prefeito, o juiz, o delegado, a UDR,
os fazendeiros, os crápulas
sabiam.
As mãos dos assassinos
poliam as armas.
A igreja sabia
e esperava.
A haste orgulhosa do babaçu
sabia.
E dobrava as palmas num lamento
e multiplicava a ciência dessa morte,
os passarinhos, o relógio dos templos
mastigando o comboio da horas
e não se deteve, a água dos rios
não se deteve, fluindo irremediável
a hora dessa morte.
A pedra dos caminhos
sabia
e permaneceu muda,
o vento sabia
e anunciava seu gemido todavia indecifrável
Tuas sandálias sabiam
e continuaram a caminhar.
Eu, que nasci votado à alegria
e vivo a contar o rosário interminável
dos mortos
não fiz o verso,
espada de fúria,
que cindisse em dois
o comboio das horas
e descarrilasse o tempo de tua morte.
Você sabia.
E sorria
apenas.
Como quem se lava
para chegar vestido
de algodão
e transparência
à hora da solidão.
Quem é esse menino negro
que desafia limites?
Apenas um homem.
Sandálias surradas.
Paciência e indignação.
Riso alvo.
Mel noturno.
Sonho irrecusável.
Lutou contra cercas.
Todas as cercas.
As cercas do medo.
As cercas do ódio.
As cercas da terra.
As cercas da fome.
As cercas do corpo.
As cercas do latifúndio.
Trago na palma da mão
um punhado de terra
que te cobriu.
Está fresca.
É morena, mas ainda não é livre
como querias.
Sei aqui dentro
que não queres apenas lágrimas.
Tua terra sobre a mesa
me diz com seu silêncio agudo
Meu sangue se
levantará
como um rio acorrentado
e romperá as cercas do mundo.
Um rio de sangues convocados
atravessará tua camisa
e ela será bandeira
sobre a cabeça dos rebelados.
Pedro Tierra – Goiânia, maio/1986

SAEB - 5° ANO - MATEMÁTICA - PROVA 2023 - SIMULADO E GABARITO COMENTADO