A história de João Jiló
Em um lugar perto daqui,
havia um menino muito danado chamado João Jiló. Ele adorava fazer malvadezas
com os bichos e as plantas.
Um belo dia, João Jiló
resolveu caçar um passarinho e ele tinha uma mira boa como nenhum outro naquelas
redondezas.
João Jiló caminhando pela mata até que encontrou um passarinho bonito de dar gosto. O mais bonito que ele já
tinha visto até então. Não pensou duas vezes, preparou o estilingue e quando se
preparava para atirar a pedra, e... não é que o passarinho cantou para ele?
Não me mata não, João Jiló,
Que esse passo dói, dói, dó.
João Jiló nem se importou,
acertou bem na cabeça do passarinho que caiu durinho no chão. Sem piscar os
olhos duas vezes, ele pegou o passarinho e correu para casa pra fazer um frito.
Que esse passo dói, dói, dó.
Quando João ia depenar o passarinho,
ele cantou de novo para João Jiló:
Não me depena, João Jiló
Que esse passo dói, dói, dói.
João Jiló nem deu assunto,
arrancou as penas, tirou as tripas e o jogou dentro da panela com mais algumas
verduras e legumes.
Mas na hora em que João Jiló ia mexer a panela, o passarinho cantou para ele:
Não me frita não, João Jiló
Que esse passo dói, dói, dói
João ligou? Nada… Mexeu e
remexeu. Fez um bom frito, colocou no prato e quando ia dar a primeira “bocarada”.
Quem canta de novo? O passarinho!
Não me mastiga não, João,
Jiló
Que esse passo dói, dói, dói.
João Jiló comeu o pobre do
passarinho que lambeu os dedos. Ao terminar, saiu para o quintal todo satisfeito.
Mas de repente, começou a sentir uma coisa estranha na barriga, era o
passarinho querendo sair. João ficou assustado, olhou para barriga e perguntou:
-É você, passarinho?
-Sou eu, João, quero sair daqui!
Que esse passo dói, dói, dói.
Mas na hora em que João Jiló ia mexer a panela, o passarinho cantou para ele:
Que esse passo dói, dói, dói
Que esse passo dói, dói, dói.
-Sou eu, João, quero sair daqui!
-Ah, então sai!
-Sai por onde João?
-Acha um buraquinho e sai!
-Sei não… Um aqui é muito
fedorento, o outro está cheio de meleca… o outro tem cera para todo lado. E o
único buraco que resta é o olho e este é apertadinho demais!
-Então fica aí! – João
respondeu.
Quem disse que o passarinho
se conformou? Começou a se mexer e remexer na barriga de João, que foi
inchando, inchando, inchando e…BUM…
explodiu.
O passarinho saiu voando e
ainda cantou para João Jiló:
João Jiló, esculta o meu cantar...
Que sou rei cantador...
João Jiló, esculta o meu cantar...
Que sou rei cantador...
O menino ficou lá com a
barriga estourada e as tripas nas mãos. Sua mãe, desesperada, chamou o “parideiro”
de vaca que veio com uma agulha e uma linha enormes e costurou sua barriga.
Depois disso, João Jiló ficou todo tortinho. Mas dizem que nunca mais maltratou
a natureza.
Ele se tornou um protetor das florestas e dos animais.
-Sai por onde João?
-Acha um buraquinho e sai!
João Jiló, esculta o meu cantar...
Que sou rei cantador...
João Jiló, esculta o meu cantar...
Que sou rei cantador...
Ele se tornou um protetor das florestas e dos animais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário