terça-feira, 17 de maio de 2022

Língua Portuguesa - Literatura de Cordel

O Cordel

A literatura de cordel é entendida como uma poesia popular que é impressa e divulgada em folhetos ilustrados com o processo de xilogravura. Esta chegou ao Brasil no século XVIII, através dos portugueses e, aos poucos, foi se tornando cada vez mais popular. Vendidos em pequenas lojas de mercados populares, o cordel ganhou esse nome, pois eram expostos ao povo amarrados em cordões.

Os cordéis ou folhetos fazem grande sucesso em Estados como Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba e Bahia. Este sucesso ocorre em função do preço baixo e do tom humorístico de muitos deles e também por retratarem fatos da vida cotidiana da cidade ou da região. Como por exemplo: festas, política, secas, disputas, brigas, milagres, vida dos cangaceiros, atos de heroísmo, milagres, morte de personalidades, etc. Os folhetos, ainda, podem contar um fato isolado, como por exemplo: um boato (contado de forma divertida). Muitos revelam a realidade desesperadora, o exagero, os mitos, as lendas.

Os folhetos eram facilmente vendidos, pois custava pouco e, como eram escritos, na maioria das vezes, por pessoas de pouca instrução trazia uma linguagem popular, acessível. Seus versos eram recitados e, em algumas vezes, acompanhados pelo violão. Muitas vezes se tornavam mais populares e superiores do que os jornais.

De acordo com Manoel de Almeida Filho (1963), os folhetos são eficazes por serem escritos em verso compostos segundo um padrão que favorece a realização de sessões coletivas de leituras em voz alta. Ainda que a forma seja efetivamente fundamental, a superioridade dos folhetos deve-se também ao fato de eles apresentarem as notícias interpretadas segundo os valores compartilhados pelo público. Por isso, eles parecem superiores aos jornais em que se apresentam notícias em prosa.

Literatura de cordel: é um  tipo de poema popular, originalmente oral, e depois impresso em folhetos rústicos ou outra qualidade de papel, expostos para venda, pendurados em cordas ou cordéis.


Repentista: poeta popular em Portugal ou no Brasil, um improvisador que, a partir de um mote, recita espontaneamente um poema em forma de repente.


Xilogravura: é a técnica de gravura na qual se utiliza madeira como matriz para a reprodução da imagem gravada sobre papel ou outro suporte adequado. É um processo muito parecido com um carimbo. 
É uma técnica em que se entalha na madeira, com ajuda de um instrumento cortante, a figura ou forma (matriz) que se pretende imprimir. Após este procedimento, usa-se um rolo de borracha embebida em tinta, tocando só as partes elevadas do entalhe. O final do processo é a impressão em alto relevo em papel ou pano especial, que fica impregnado com a tinta, revelando a figura. Entre as suas variações do suporte pode-se gravar em linóleo (linoleogravura) ou qualquer outra superfície plana. Além de variações dentro da técnica, como a "xilogravura de topo".


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