quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Acolhida do dia: A incrível história de Hellen Keller e Anne Sulivan


Helen Keller nasceu em 1880 e, antes de completar dois anos de idade, estava cega e surda.

A escarlatina a sentenciou a uma reclusão perpétua no escuro e no silêncio. Uma “solitária”, para o resto de sua vida. E antes que tivesse tido a chance de aprender qualquer tipo de comunicação.

Com 6 anos de idade Helen era uma criança violenta.

Aprisionada em seu mundo por 4 anos não entendia sua situação nem sua própria existência.

Seus pais decidiram então buscar ajuda e, com toda a precariedade da época, conseguiram passar por vários especialistas até serem encaminhados para uma escola especializada. O diretor da escola resolveu entregar o caso para uma de suas ex-alunas: Anne Sullivan, também cega, e de apenas 20 anos.

Alí nascia uma historia de 49 anos entre as duas.

Na primeira visita, logo que se conheceram, Anne reparou que a menina carregava uma boneca. Segurou então a pequena mão de Helen e escreveu com o dedo na palma a palavra “b-o-n-e-c-a”. Sem saber que cada objeto tinha um nome, Helen não entendia nada e se frustrava a cada nova tentativa.

Suas reações foram ficando cada vez mais violentas, até que um dia explodiu de raiva e destruiu sua boneca. Foi então que Anne teve a ideia de colocar a mão de Helen sob a água e escrever em sua palma “a-g-u-a”.

Foi como se a porta da prisão finalmente tivesse se aberto.

A partir deste dia uma obsessão tomou conta de Helen que agora reconhecia uma lógica e queria aprender todas as palavras do mundo. Aprendeu inglês, francês e alemão. Anos perdidos eram recuperados com a maior velocidade possível e a comunicação entre as duas crescia a cada dia.

Anne ensinou Helen a “ouvir”, colocando seus dedos sobre sua garganta, lábios e nariz. Associava vibrações e palavras. Seu tato se desenvolveu a um patamar sofisticadíssimo, capaz de diferenciar as mais sutís diferenças. Ficou proficiente em braille e em linguagem de sinais na palma da mão.

Aos 20, Helen escreveu uma autobiografia à mão. Ingressou no estudo formal e foi a primeira cega/surda a se formar em uma universidade. Virou ativista política.

Anne, apesar de não ter qualquer experiência prévia com ensino, ajudou Helen a se libertar de sua prisão. Acompanhou Helen até o final de sua vida, como uma assistente, mesmo depois de casada. Em 1936 morreu em estado de coma, com Helen segurando sua mão por todo o tempo.

Helen publicou 12 livros, foi condecorada pelo presidente dos Estados Unidos com a medalha da liberdade, o maior reconhecimento que um civil pode receber. Em 1965 entrou para o National Women’s Hall of Fame.

Em seus discursos, Helen Keller não economizava palavras e criticava duramente a classe política dos Estados Unidos, a quem acusava de "governar apenas para os ricos".

Ela impressionava pela retórica, mas também pelo simples fato de conseguir se expressar pela fala. E seu caso de superação, imortalizado na cultura americana, segue como um poderoso exemplo para as mais novas gerações.

Helen morreu no dia primeiro de junho de 1968, aos 87 anos de idade, enquanto dormia em sua casa.


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